sábado, 24 de outubro de 2009

O tamanho do BomBom

O tamanho do bombom é o equilíbrio da vontade. Não é o tamanho de uma bala, que não mata a vontade. Nem é o tamanho de uma barra, que satura a vontade.

A vontade é morta pelo bombom, assim como os monstros são em filmes clássicos de terror: o necessário para acabar uma história e o suficiente para começar outra.

Não trato aqui do sabor do bombom, que pode ser de chocolate, caramelo, etc. Nem trato aqui de um bombom específico. Trato sobre o tamanho do bombom que, aliás, é um tamanho único que não se mede.

A dose perfeita do tamanho do bombom traz a paz do contentamento e, quase que simultaneamente, traz também a agonia do 'quero mais'. Não é uma overdose de contentamento que paralisa e estatiza o universo, nem é a abstinência do 'querer e não poder'. É um agrado generoso e ideal que alimenta a vontade da busca. Esse tamanho causa satisfação, não contentamento; causa saudade e não ausência.

É BomBom, não é BomDemais, nem BomMau, é BomBom!

O que seria do mundo sem o tamanho do bombom sendo a vontade o motor da ação e o nirvana a anulação do eu? Seria o céu se fosse só barra ou seria o inferno se fosse só bala. Mas é mundo, é do tamanho do bombom!

Posso descrever o antes e o depois do bombom, mas há um momento mágico intocável e inefável. O antes é bom e o depois é bom, mas o meio não é um hífen, não é um espaço. Ali no meio, no ponto entre o querer e a satisfação, mora um abismo, o mistério do universo, os gnomos e Deus. São\é duas partes equivalentes juntas em um só inteiro e sem separação, como se fosse/m dois e um ao mesmo tempo. Tempo! O tamanho do bombom brinca com o tempo, ali o tempo se curva e junta-se as duas pontas: início e fim.