sábado, 30 de agosto de 2008

Sobre a Felicidade




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A Felicidade é lá!

O que é felicidade? Onde se encontra a felicidade? São perguntas comuns que qualquer ser humano, independente de raça, etnia ou crença pode responder com o instinto e a intuição: não sabemos ao certo o que é, mas sabemos que está lá em algum lugar e que podemos encontrá-la.

Por que lá e não aqui? A felicidade é um desejo, e é instituída, assim como todos os desejos, pelo Ausente. Só posso desejar o que não tenho...

O homem necessita de desejos, objetivos e certeza para uma vida estável. Coisas que a Natureza não oferece, ao contrário, o que vemos é inconstância e o Caos do universo, a falta de sentido,... Isso causa o desespero: Há quem diga que a Felicidade não existe, o que é existe é o Sofrimento, e que a felicidade é somente um substantivo ao alívio desse sofrimento. Nessa perspectiva, quando não estivermos sofrendo a falta de alguma coisa, estaremos entediados por possuirmos o objeto do nosso desejo anterior. Esse pensamento confirma gratuitamente que a felicidade está lá e nunca aqui, é algo distante. A Felicidade é onipresente, pois em todos os lugares há uma possibilidade de busca da felicidade: nas fotografias só temos fragmentos de momentos felizes.

A felicidade é conceitual, isto é, uma valoração do homem ao objeto. Visto que cada pessoa pode decidir por objetivos distintos, conclui-se que a felicidade é um conceito relativista e individual. Onde a felicidade de um senhor idoso pode ser uma casa no campo, e a felicidade de um jovem pode ser uma mulata [É importante observar que o senhor pode já ter desejado uma mulata em sua juventude]. Um objetivo/desejo é valorado como felicidade, mas quando alcançado/realizado já não é mais felicidade, é escolhido então outro objetivo/desejo para ser a felicidade.

No entanto, a Felicidade não se abstém a esse conceito relativista, há sempre um princípio universal a todos: a Harmonia. Onde se tem uma estrutura de sentidos para a vida. Isto é, o fim dos conflitos e embates que é vivido constantemente pelo homem por ser condenado à sua consciência. A Felicidade, elevada às ultimas conseqüências, é a Harmonia. Disso tem-se a felicidade como um estado de espírito. Esse “estado de espírito” é um auto-conhecimento. Mas há quem chegue a esse estado pela ignorância, simplesmente ignorando, pelos prazeres momentâneos, os conflitos: “Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.

Em todo caso, é preciso sensibilidade para fazer a harmonia e o equilíbrio mentalmente, aceitar as dores, incômodos e conflitos, que podem ser construtivos, e viver intensamente a busca. O segredo da felicidade habita o interior-individual. Por exemplo, ter a ‘pessoa certa’, ser bem sucedido, dentre outras coisas desejadas hoje, são objetivos de vida, mas não deixam de caracterizar como realização pessoal.

Finalmente, para ser uma pessoa feliz, busque a felicidade. Mas já que você nunca chegará à felicidade, viva a busca. Busque a felicidade no prazer, na comodidade, na alegria e na euforia. Mas não confunda felicidade com prazer, pois é do equilíbrio entre o prazer e a dor é que se dá a felicidade; não confunda felicidade com comodidade, pois a comodidade somente pode se tornar monótona, é preciso o incômodo como conflito; não confunda felicidade com alegria e nem com euforia, esses são prazeres momentâneos.

A felicidade está lá! Boa sorte!

Pau-no Coelho que me aguarde!

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