segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Surto

Sem títulos e sem sentido - aparente


Escolher é discriminar
Definir é limitar
O conhecimento é universal
A opinião é pessoal
Entendi, gostei
Universalizei escolhendo
Discriminei gostando
Pessoalmente opinei:
Que merda, errei.
Sou um homem simples,
Com minhas complexidades.
Sou uma porção de mentiras
E outra de verdades.
A minha alma é rasgada em tiras,
Em cada tira, uma parte da vida.
Em cada parte, um sentimento.
Em cada um deles, uma ferida.
A pele escura
Há pela
rua
A pele nua

Há vontade crua

A crueldade sua.
O verbo é uma cor,
A ação não tem sabor.
A dor é quente.
O som áspero...
O verbo não tem cor,
a ação não tem sabor,
não nego o dissabor.
Sou um átomo,
Sou o universo.

Sou um livro inteiro,
Ou somente um verso.

Não sou brasileiro,

Sou do mundo.

Não sou diplomata,
Não sou vagabundo.

Sou um, dois ou três.

Se sou mais, não sei.

Sou sim, não e talvez.

Sou esse indefinido

Sou o que descreve

Sou o que interpreta

E o que escreve.
Menino, destino e azar.
Cidade, realidade, roubar.
Não come, a fome, matar.
Tá! Tá! Tá!
Como foge do lobisomem?
Come, se está com fome.

Se está com fome, mame.

Ame, se quer ser amado.

Perdoe e seja perdoado.

Viva, não é pecado.
Não vale a pena, uma vez apenas.
Mexe, não pare.
Agora, pare e repare.
Eu quero mais, por favor, faz!
Mais uma vez, duas ou três talvez.
Até de manhã, ou até amanhã.
De hoje a eternidade, quando durar a vontade.
Luz – temperatura
Expressão pura.
Faíscas de gelo

Trituram o cheiro...
Rasgado pela unha de leão.
Palavra-navalha...
O coração pela pedra esmagado
Dilacerado pela paixão,
Assim, ficou em migalhas.
Partes, pedaços, porções,
Cortes, talhos e ilusões.

Pé de aço, forte!

Pedaços, pedaços, pedaços,
Todos frágeis.

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