quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Orgulho & Vaidade



O orgulho é o exagero do amor próprio. Por outro lado, quem não tem amor próprio é o pusilânime. A carência do orgulho mostra que falta algo nestas pessoas, parece haver algo de errado nelas que não se julgam dignas de coisas boas!

Na Filosofia há um grande debate a respeito do orgulho e vaidade. Os pré-socráticos exaltam a vida, é uma forma de orgulho. Aristóteles pondera isso, diz que o orgulho deve ser na medida certa. Ele diz que os soberbos são insensatos e ignorantes porque assumem responsabilidades honrosas de que não são dignos. Discute a magnanimidade e pusilanimidade.

A ética cristã prega o desfazer-se de si, a própria lógica da confissão e da vida em pobreza é uma negação dos prazeres, do orgulho e da vaidade. Mas isso é mais um discurso ideológico que filosófico. É transformado em filosófico pela escolástica de Agostinho e Tomás.

Para Agostinho a vaidade é um conhecimento parcial da realidade. O raciocínio dele é assim ó: a finalidade do conhecimento é chegar a Deus, o homem é um ser racional, ou seja, se diferencia dos outros animais pelo intelecto, então, a natureza do homem é conhecer Deus. O homem que não cumpre isso, não cumpre a sua natureza. rsrs É Engraçado, neh?! Mais é assim que ele pensa, a escolástica usa a filosofia para dizer assim ó: se isso... e isso... e mais isso... logo, Deus! rsrs

Para Tomás de Aquino é bem por aí também. A vaidade é conhecimento ultimo das coisas, mas como as coisas para ele são mutáveis, o conhecimento das coisas são ilusórios, quem diz conhecer as coisas em si são os orgulhosos. Nada conhecem! Ele diz que a soberba é "a mãe de todos os vícios".

Bigode é que briga de espada com o cristianismo, o niilismo! Daí é que eu não sei se Nietzsche é otimista ou pessimista. Fortemente influenciado pelos pré-socráticos, ele tenta retomar aquela empolgação toda de exaltação da vida. Ele ironiza a mulher se não em engano no livro "Para além do bem e do mal" diz: "A quem sou grata a vida inteira: a Deus e a minha costureira". rsrs

Enfim, mostram lados positivos e negativos do orgulho e vaidade, que parecem para mim serem uma coisa só. Comportamentos que de mãos dadas são a própria soberba.

Tanto o orgulho quanto a vaidade brotam do amor de si, do amor próprio. Até onde esse amor pode ser positivo ou negativo?

Os gregos que diziam e com razão que a diferença do veneno para o remédio está na dose. Mas... Qual a dose certa do orgulho e da vaidade? Na dose certa de orgulho, o indivíduo se torna magnânimo. Orgulho e vaidade exagerados e o indivíduo se torna soberbo, vê a si mesmo como num plano superior que a todas as outras criaturas. Sem o orgulho e vaidade, sem auto-estima, o individuo se vê menos que os outros, não cria e não tem voz, é mero homem no mundo.

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